Poxa, é no mínimo engraçado

05/02/2007 - 22h49

Dupla de macacos assusta bairro de Mauá
Vanessa Selicani
Especial para o Diário


Eles chegaram no Natal e preferem aparecer à noite. Um tem aproximadamente 1,80m e o outro, 1,50m. Vivem na mata fechada do Jardim Santo André, em Mauá. A população já contabiliza duas crianças atacadas pelos assustadores macacos, mais uma lenda urbana da região que aterroriza os crédulos e diverte os céticos.

Jhonatan Rodrigues da Silva, 14 anos, exibe a marca na barriga deixada pelo bicho. “O macaco é peludo e faz uns barulhos estranhos. Tentamos pegá-lo, mas ele caiu com o joelho na minha barriga e ficou me arranhando”, conta o adolescente, rodeado por cerca de outros 20 colegas que também afirmam já ter visto o animal.

Apelidado de Jabá, ele já foi visto “pulando de galho em galho”, teria recebido várias estilingadas e pauladas na cabeça, e tem o corpo negro e o rosto branco.

A história, que começou com as crianças, ganhou versões diferentes entre os moradores adultos do bairro. Muitos acreditam que exista uma pessoa que se fantasia de macaco para assustar a vizinhança. “Tenho quase certeza de que há um homem que usa uma capa preta e uma máscara de macaco e fica correndo atrás das crianças”, diz Nilvanda Neves da Silva, 38 anos.

Os boatos da presença dos macacos são tantos que, na quarta-feira passada, a Polícia Ambiental de Mauá e funcionários da Divisão de Controle de Zoonoses foram chamados para realizar uma vistoria na região. Depois de procurarem por toda a mata fechada os dois grandes macacos, nada foi encontrado.

O Ibama não foi acionado, mas acha pouco provável que haja um animal deste porte na região. Para o instituto, se existir um macaco na área só pode ser um bugio, espécie comum na mata Atlântica, ou, numa hipótese menos aceita, um chipanzé que fugiu de um circo.

Os moradores não se convencem e formam grupos de busca pela mata. “Já pensou se o macaco começa a andar pelas casas?”, arrisca a moradora Vera Lúcia da Silva, 33 anos. (Supervisão de Adriana Gomes)