
Quando menor, acreditava em uma birra enorme dos deuses do amor para com aquela criatura gordinha, calada e envergonhada. Ainda adolescente era acertada pelas flexas tortas e sem sentido arremessadas pelos meninos grandes e sem coração. Existem as músicas, os cheiros e os costumes idiotas implantados pelas divindades para te enlouquecer. Tenho certeza que o Chico e os Mutantes são enviados dos deuses com missões escusas. Ou que os cardiologistas têm estudos secretos que comprovam que o coração tem neurônios, mas não podem revelar por medo do resultado das próximas eleições. Mas não há nada tão gratificante do que quando lá do Olímpo os deuses sorriem para você. Você, ainda com as pernas tortas e a gastrite da anciedade, sorri de volta e agradece com algum sinal. Sim, os deuses te deram uma história de amor de presente. Afrodite, em um daqueles vestidos esvoaçantes de gala que eu tentava imitar com os lençóis aos sete anos, me aperta as buchechas e pede para eu ser feliz. Ai eu faço bico e digo que ela já me enganou tantas vezes. Então ela me bate com o cetro na cabeça (sim, ela tem um cetro) e manda eu sair logo de lá que os deuses não perdem tempo com mortais. Mesmo receosa saio feliz e saltitante, com minha história de amor de baixo dos braços. Que os deuses me abençõem mais uma vez!
2 comentários:
Mentirosa, eu já tinha lido esse. Ce disse que tinha coisa nova!
Mas nem consegui ficar bravo de verdade. =)
jornalista, ansiedade é com S.
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