Essa não é a sua vida.

25 de agosto de 2005

sobre as revoluções

Daqui a dez anos o Japão passará por um défict na economia ocasionado pela falta de mão de obra. Com jornada de trabalho igual a dos homens, as japonesas negam-se a ter filhos. Essa é a revolução silenciosa das mulheres. Como poderemos cuidar de nossos filhos e trabalhar doze horas por dia? E como alimentaremos nossos filhos sem trabalhar?
Algumas vertentes do feminismo lutaram para que sejamos iguais aos homens. Mas não somos... Quero ter filhos. Quero trabalhar.
E não é só “tê-los”, é cuidar, educar, dar carinho.
E não é só limpar a casa e esperar a hora do almoço e do jantar. É fazer o que se gosta e alcançar alguma realização como profissional.

Há algum tempo li um artigo de uma moça (desculpem a imprecisão) que dizia que uma revolução lenta e muda faria com que professores fossem valorizados no Brasil. Com baixos salários e péssimas condições de trabalho, as faculdades de letra são as menos procuradas pelos estudantes. Aos poucos, não haverá mão de obra qualificada no mercado para o magistério. E só assim perceberemos o valor dos professores.
Engraçadas as revoluções mudas.
Sei que não assistirei os resultados dessas pequenas revoluções. As mulheres brasileiras precisam de mais uns 200 anos para se igualar a situação das japonesas. Para os professores, dou uns 70 anos, quem sabe.
Então deixo aqui meu silêncio. E quem sabe alguma revolução.

2 comentários:

GG disse...

Eu não quero ter filhos

V.D.S. disse...

Tá bom, Gabi, tá bom...