Essa não é a sua vida.

19 de maio de 2008

Na minha terra, a gente chama isso de mídia golpista

18/05/2008 - 10h07
PAC pode agravar exploração sexual infantil

Agência Folha

Principal vitrine do governo Lula, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) deve agravar um problema recorrente de grandes obras de infra-estrutura pelo país: a exploração sexual de crianças e adolescentes. A constatação é feita por especialistas em direitos humanos, conselheiros tutelares e ONGs, como a Andi (Agência de Notícias dos Direitos da Infância).
Em alguns locais, como Salgueiro (PE), por onde passam duas das maiores obras do PAC --a transposição do rio São Francisco e a rodovia Nova Transnordestina--, conselheiros tutelares detectaram agravamento da situação.
O governo admite a preocupação com o aumento de casos nos canteiros das obras do PAC e lançou um plano de prevenção à exploração infantil às margens da megaobra de asfaltamento da BR-163, que liga Santarém (PA) a Cuiabá (MT).
O projeto nas obras dessa BR, coordenado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, foi lançado há um ano, com atividades preventivas: divulgação do número de telefone para denúncias e fortalecimento da rede de atendimento local e das políticas sociais.
Segundo a coordenadora do programa de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes da secretaria, Leila Paiva, existe uma preocupação do governo com projetos de desenvolvimento econômico, não só obras públicas, pois geralmente causam mais exploração.
Ana Celina Hamoy, do Cedeca (Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente) de Belém, diz que o projeto pode evitar a criação de redes de prostituição de crianças, o que, segundo ela, ocorreu na construção da hidrelétrica de Tucuruí e na instalação dos garimpos no Estado.
Para Carolina Padilha, do Instituto WCF (World Childhood Foundation) Brasil, essas redes são criadas especialmente em obras construídas longe dos grandes centros urbanos, onde há migrantes. "São homens, distantes das suas famílias, com recurso financeiro, em regiões pauperizadas, e sem opções de lazer."
Segundo ela, "a estrutura do Estado não está preparada para dar conta da novas demandas geradas". "Até ela ser organizada, a obra já terminou."
O assistente social Eduardo Chaves, do grupo Violes (Grupo de Pesquisa sobre Violência e Exploração Sexual Comercial de Mulheres, Crianças e Adolescentes) da UnB (Universidade de Brasília), concorda e diz que a exploração é muitas vezes "maquiada, para não denegrir o empreendimento financeiro".
A socióloga Marlene Vaz estuda há quase 35 anos a exploração sexual de crianças e adolescentes. Diz que o problema é histórico e que grandes obras sempre geraram aumento de casos, sobretudo por causa da pobreza. "É uma sociedade de consumo onde o tempo todo se destaca a importância de ter um celular, uma boa roupa, perfumes caros. Não há como essas meninas ignorarem isso."

Um comentário:

De Marchi ॐ disse...

Ah certo. Não devemos mais investir em infraestrutura porque tem peãozada que come criancinha. Mui bem. Devemos também fechar todas as igrejas porque há padres pedófilos, todas as danceterias porque há quem use ecstasy e todas as padarias porque há quem tenha diabetes. A culpa não é do porco nojento que se deita sobre uma criança, nem da mãe que leiloa a filha, nem do Estado que ignora a miséria: é do "PAC do Lula", vejam só.

Ora, só podia vir da Folha.
Exploração infantil vem da miséria e do mau caráter. Interessante como a fiscalização, a punição e a distribuição de renda não entraram no texto; apenas o aproveitamento de ensejo, o "ja que tá falando do cheiro, reclama do gosto pra não perder viagem".

Talvez quando for o Serra, aí os Frias parem de nos encher o saco.