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É um vício estranho. Toda cena do meu cotidiano eu imagino em forma de texto. Começo a adjetivar em silêncio, a colocar o ritmo da ação. É sempre assim, quase que na mesma hora do acontecimento. Parece um vírus de professor de redação. E é sempre aqui que eu penso em colocar aquelas pecinhas. Vai ver eu só queria ser um personagem de um livro também. Mas aí eu num sei nem pra quem eu tô escrevendo. Não sei quem me lê. Claro, a gente sempre escreve pra alguém. E eu sempre achei que escrevia pra umas cinco pessoas. Mas esses dias, na faculdade, o Cidão me viu postando e disse que já conhecia meu blog. Cara, deu medo!