Essa não é a sua vida.

30 de abril de 2005

Quais palavras nunca são ditas?

Toda a dedicação que me é inerente agora é arma de destruição. Da minha destruição. Porque é só moeda de troca.
Tinha aquela professora que me dizia que eu seria o que quisesse porque era dedicada. E aquele cara dizendo que eu tinha o dom da boa vontade (dom!).
Não!! Não quero!!
Me dêem um pouco do que é gratuito. Me dêem algo que eu não precise pagar com um pedaço da minha vida.
Oscar Wilde dizia que só há poesia para aqueles de vida não poética, não colorida.
E eu sou só uma burguesa que saiu errada. Escola cara e trabalho duro.
Deram-me consciência e eu pulei no poço de Fernando Pessoa.
Quero gritar e dizer que não gosto!
Sou apática e cada dia mais irreal!
Aqui estou em pêlos. Não sei porque quero estar em pêlos. Mas aqui jaz...E grito de novo: não gosto!
Perdi a utilidade no mundo. Antes ainda podia ser um pontinho da boa vontade e da esperança imunda que cobre o mundo.
Estar em carne viva ajuda a sentir o cheiro da carne morta.
Vago por aí. Sorrio. Faço uma piada.
Trabalho, escrevo e durmo.
Talvez tenha sido a Clarice. Talvez os hormônios em desequilíbrio. Ou só as coisas que não dão certo.
Desculpe mundo, não posso mais te salvar.
Devo estar doente. E por mais que pareça ,não é um estado depressivo.
Sou eu sangrando azul para verificar a respiração.

3 comentários:

Anônimo disse...

Mas aqui jazz...

Anônimo disse...

Puta merda, Helder, que mania!

E Vanessa, quem disse que burguês não trabalha duro? Tem que declarar imposto de renda, levar os filhos pra escola, cuidar da úlcera, um monte de coisa.

Gostei desse post.

Anônimo disse...

Ok, o anonymous sou eu